“O artista queima para dar luz a si e aos outros. Ele se agarra a seu próprio centro e precisa manter-se nele, mesmo que arda em brasas.”
Os escritos de Ana Maiara Veiga são capazes de resgatar sensações nostálgicas, amores viscerais e sentimentos explosivos que, outrora, estavam escondidos nos recônditos da alma do leitor. Diferente de Quero Dar Minha Mãe ao Mundo, esta obra é dividida em duas partes: observações e reflexões intensas sobre os livros que ela leu, revivendo clássicos e dando-lhes ainda mais energia e exuberância. Quem diria que até mesmo a estrela Dercy Gonçalvez, autêntica e brava, também foi vítima de um homem abusivo? E que Ney Matogrosso em nenhum momento se importou, de fato, com o dinheiro?
A escritora tem um vasto campo de referências e estudos sobre tudo o que admira, e isso torna suas palavras ricas, deliciosas de se ler, rebuscadas de uma forma mágica. Difícil soltar das mãos suas prosas tão envolventes e seu estilo único. A segunda parte é composta por crônicas que fluíram da imaginação entremeada com acontecimentos reais, tão fascinante quanto a primeira.
Ana expõe as falhas e as grandezas do ser humano, provocando, sobretudo, desejo em viver. Sua escrita traz a beleza do cotidiano, eventos aparentemente simples que, pelo seu olhar, ficam marcados como relíquias nas memórias. Cada observação é especial, um toque peculiar, um sentimento de identificação e, mais espetacular ainda, uma maneira de conhecê-la como escritora, e isso me despertou vontade de escrever…
Suas opiniões são fortes e elegantes, mesmo discordando da maioria sobre determinados assuntos, sua autonomia incendeia e confirma tal singularidade. Gratificante sentir o pulso em suas linhas, pois como mesmo afirma “sua consciência grita que a vida é sempre agora”.
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