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“A natureza, em sua sabedoria, determinou que mesmo a morte tivesse um antídoto para seu próprio terror.”

Eis que ainda me encontro devaneando. Tento encontrar palavras que ponderam entre fascinação e melancolia, pois imensurável define meu encantamento por Drácula. Apesar das passagens sombrias e descrições de cenários inóspitos, não deixa de ser um livro sedutor. A forma na qual o sangue se revela nas páginas é linda, gosto de ler o turvo equilíbrio da vida e da morte e o paradoxo das sensações. E há mesmo esse dilema no questionamento “Será que pode haver objetividade na subjetividade do amor?”.

Resenha do livro DráculaA leitura desse clássico proporciona uma experiência delirante, uma estranha impressão aprazível em passagens que, a princípio, pelo senso comum, deveriam ser consideradas tenebrosas.

Bram Stoker mostra a existência da beleza no terror, posto que a narrativa é toda permeada por paixões e tristezas, sujeitos abstratos que ao se conjugarem se transformam em poesia na alma do leitor que busca insistentemente a compreensão de quem realmente é o vampiro, o cerne da literatura. Ódio e vingança? Será mesmo? Ou há uma linha tênue que é capaz de reviver a humanidade e mesmo o amor? Amor perverso? Adoecido? Um sujeito malfeitor mesmo ou tão vítima quanto? A que nível se estende tal instabilidade? Ou então é justamente a desarmonia a singularidade de Drácula? Só lendo para saber. Entendê-lo? A questão já se torna muito mais profunda, aquém das letras.

“Não é a primeira nem a segunda vez que suas veias apaziguam minha sede.”

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Sarah Schmorantz

Autora dos livros “O Mundo por Francine B.” , “Espelho” e “Céu de Gris”. Filiada ao Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Também é membro da Academia de Letras e Música do Brasil – ALMUB, ocupando a cadeira 62 do Patrono Joaquim Nabuco.